Chevry (descansa que não digo o teu nome) - "Bolotas Alentejanas"
Porque hoje me lembrei de palavras escassas trocadas contigo e de um Amor que já despontava sem eu ainda o saber, até à perfeição Simbiótica que conheço hoje... Curiosa a forma como me recordo dos passos que dei até à felicidade
"Puto. Puta. Palavras que podiam ser vazias. És mãe? São palavras. Gramatomancia. E no entanto cada uma quer dizer algo. Mesmo quando não são ditas. Gramatomancia. É como o sangue que corre e que não pode ser controlado. A ferida não pode ser estancada. E continua a correr. E corre nos lábios e na cara, na barba. Corre já pela rua, deixa uma mancha com aroma a perdição nos estendais. Uma sombra que passa por cima de sonho, um monstro que fica quieto no canto e abraça tudo com um olhar de criança que não pode crescer, o olhar de um demónio que sonha. E o silêncio persiste. Falamos e ainda assim persiste. Deixa-me ter um passado. Um passado com letras soltas. E Gramatomancia. O reflexo do cérebro que pára. Tem cãibras. O cérebro os dedos e a perna. E rio, ris-te também. E Miller segreda-me ao ouvido e fala-me do mito da supercona. E eu saio do útero e da cona da minha mãe e procuro por ela. Eu que sou tão filho da puta sem alma como ele procuro por ela. Mas os olhos já estão cansados. Já não são os meus olhos. São olhos de fome. Fome de irrealidade, do incongruente. Sabes o que é o almoço hoje? Memórias e sangue."
"Puto. Puta. Palavras que podiam ser vazias. És mãe? São palavras. Gramatomancia. E no entanto cada uma quer dizer algo. Mesmo quando não são ditas. Gramatomancia. É como o sangue que corre e que não pode ser controlado. A ferida não pode ser estancada. E continua a correr. E corre nos lábios e na cara, na barba. Corre já pela rua, deixa uma mancha com aroma a perdição nos estendais. Uma sombra que passa por cima de sonho, um monstro que fica quieto no canto e abraça tudo com um olhar de criança que não pode crescer, o olhar de um demónio que sonha. E o silêncio persiste. Falamos e ainda assim persiste. Deixa-me ter um passado. Um passado com letras soltas. E Gramatomancia. O reflexo do cérebro que pára. Tem cãibras. O cérebro os dedos e a perna. E rio, ris-te também. E Miller segreda-me ao ouvido e fala-me do mito da supercona. E eu saio do útero e da cona da minha mãe e procuro por ela. Eu que sou tão filho da puta sem alma como ele procuro por ela. Mas os olhos já estão cansados. Já não são os meus olhos. São olhos de fome. Fome de irrealidade, do incongruente. Sabes o que é o almoço hoje? Memórias e sangue."
Um rebiscado texto que nos transporta para um estado de espírito diferente. Aquele dos monstros que sonham, daqueles que gostam de sangue e da mistura entre a loucura e a pergunta acerca do almoço. Perfeito outra vez. Beijo
ResponderEliminarLonge da perfeição, minha cara Pink, mas nada que já não me tenhas "ouvido" dizer (e nunca sou capaz de juntar estas duas palavras sem me lembrar de Ornatos Violeta). Um conto de Fa(o)das do tempo das crianças que já nasceram adultos demais. Recomendo a leitura do original deu vazão à existência desta resposta ;)
ResponderEliminarhttp://vouvoumasvoltovolto.blogspot.com/2009/09/frantisek-dritikol-dancers-e-uma-nudez.html?zx=93305bd81c83cd07